Cheia no Centro de Porto Alegre recua e investimentos em adaptação climática podem gerar até 10 vezes o retorno, revela estudo do WRI.
Um estudo realizado pelo World Resources Institute (WRI) analisou 320 iniciativas em 12 países, totalizando um investimento de US$ 133 bilhões em recursos voltados para a redução e gestão de riscos climáticos físicos. Os resultados apontaram um potencial retorno de mais de US$ 1,4 trilhão ao longo de dez anos.
Os projetos de adaptação climática não só evitaram prejuízos como também geraram benefícios econômicos e socioambientais, fortalecendo as economias locais e promovendo a saúde pública. A instalação de barreiras naturais em áreas costeiras, por exemplo, não apenas evita a erosão, mas também garante habitat para pesca e recreação, fortalecendo a economia e melhorando a qualidade de vida.
Além disso, quase metade das ações avaliadas resultaram em redução de emissões de gases do efeito estufa, criando uma sinergia entre adaptação e mitigação. Isso amplia o acesso a financiamentos climáticos e ao mercado de carbono.
O retorno financeiro médio desses projetos é de 27%, podendo ultrapassar 78% em áreas como saúde. No entanto, apenas 8% dos projetos avaliados estimaram monetariamente todos os benefícios, destacando a necessidade de aprimoramento nos métodos de avaliação utilizados por instituições financeiras e governamentais.
Dan Ioschpe, campeão de alto nível da COP30, ressalta a importância de colocar a adaptação climática no centro das políticas nacionais em 2025 e destaca a necessidade de engajamento do setor privado. O modelo do ‘dividendo triplo da resiliência’ criado a partir da pesquisa do WRI está disponível para governos e instituições financeiras, podendo melhorar a avaliação de projetos futuros.
Em resumo, a adaptação climática não é apenas uma rede de proteção, mas sim uma plataforma real para o desenvolvimento, conforme concluiu Sam Mugume Koojo, co-presidente da Coalizão de Ministros das Finanças para Ação Climática.